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SETOR HABITACIONAL QNR 06   |  CEILÂNDIA - DF

Localização

Brasília, DF - Brasil

Clima

Aw - Tropical

Área

28 ha

Ano

2018

1º Lugar - Concurso Nacional de Arquitetura  |  CODHAB

Com quase 500 mil habitantes, Ceilândia vem se consolidando, cada vez mais, como uma área urbana de alto dinamismo econômico e social. Seu centro é repleto de áreas comerciais e de serviços, sendo marcado pela Feira Central de Ceilândia, maior referência da cultura agrícola e da culinária local. Esse êxito econômico veio acompanhado do desenvolvimento social de sua população, em grande parte promovido por programas sociais de sucesso, tornando a cidade um polo de cultura urbana de originalidade ímpar, que desponta artistas e esportistas para o Brasil e para o mundo. No entanto, seu denso subúrbio ainda apresenta carência de qualidade urbana para absorver e sustentar a demanda habitacional e de emprego oriunda de um processo acelerado de crescimento populacional.

Concurso público nacional de projeto de urbanismo e arquitetura no setor habitacional QNR 06, na região administrativa de Ceilândia, DF

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Nesse sentido, junto à questão habitacional, entende-se que o principal desafio desse projeto é inaugurar uma nova centralidade, capaz de gerar renda, emprego e novas oportunidades, consolidando o direito à cidade.Assim, são aquelas manifestações culturais urbanas em ascensão na cidade e as práticas de agricultura observadas em seus interstícios e entorno que orientam a atuação nesse local limítrofe entre o rural e o urbano.

 

A PRAÇA CENTRAL: O projeto se ordena, então, a partir da criação de um grande espaço central onde se combinam sistemas produtivos de alcance regional (agricultura orgânica – empregando técnicas de sustentabilidade) e espaços cívicos de encontro e convívio ligados à promoção da cultura e do esporte urbano (dança, música, grafite, skate), entre outras atividades que comprovadamente qualificam a juventude local e lhes dá futuro. Dessa maneira, esse espaço promove a convergência das dimensões econômica e social, relação indispensável a um espaço urbano de qualidade. A estratégia de implantação de uma grande praça, concentrando as áreas verdes em uma das bordas da gleba, também possibilita uma economia em infraestrutura urbana, e o faz garantindo um espaço livre envolvido pela cidade.

A CONFIGURAÇÃO DA PRAÇA CENTRAL: Os usos habitacionais e comerciais distribuídos à volta da praça são os primeiros elementos a garantir dinâmicas fundamentais para a sua qualidade e segurança em todos os períodos do dia. Com isso, o entorno edificado deste espaço central lhe dá suporte programático e configuração, promovendo usos que dialogam diretamente com suas atividades e potencializam cadeias produtivas importantes. Essa relação é marcada por um Mercado, ancorado em uma de suas esquinas, que nos moldes da Feira Central de Ceilândia poderá promover o desenvolvimento econômico do bairro e de seu entorno. Nele poderão ser comercializados tanto os produtos agrícolas cultivados na própria praça quanto aqueles produzidos nas redondezas, além de abrigar bares e restaurantes voltados à culinária local.

Esse equipamento está estreitamente ligado a um complexo prático de qualificação da mão de obra e capacitação gerencial, aqui proposto para intensificar as técnicas de cultivo, de processamento e de comercialização dos produtos orgânicos, buscando aumentar seu valor agregado e alcançar outros mercados potenciais. Tal complexo está situado em um lote autônomo, podendo ser administrado mediante articulação técnica entre agentes públicos e privados. Ao lado do complexo, a Centro de Ensino Fundamental também se volta à praça central, transformando-a num grande espaço de encontro, aumentando as suas formas de apropriação social.

A RELAÇÃO COM O ENTORNO EXISTENTE: Além dessa relação com a praça central, as quadras edificadas cumprem outro papel importante, o de relacionar o novo bairro com as áreas urbanas adjacentes. Isso se dá por meio da definição de usos para a borda do novo bairro que dialogam com os observados em seu entorno, criando uma espécie de espaço híbrido e de transição, cuja morfologia também procurou dar continuidade à malha urbana principal existente e planejada. A proximidade da rodovia (BR-070), por exemplo, oferece a possibilidade de escoamento da produção agrícola para outras áreas, incluindo o Plano Piloto e as cidades vizinhas. Para isso, a implantação de um galpão voltado à logística, armazenamento e reciclagem, conectado ao complexo prático de qualificação e ao Mercado é oportuna. Essa rodovia é também um importante eixo para o posicionamento da UBS, pela facilidade de acesso, bem como para implantação de áreas comerciais de grande porte, edifícios de serviços e centros de distribuição.A via a oeste é marcada hoje pelo uso residencial horizontal, condição que levou à decisão de se concentrar parte das unidades habitacionais nas suas proximidades que contribuíssem para sua qualificação, estabelecendo uma área residencial mais reservada cujo núcleo local passa a ser o novo Centro de Educação Infantil solicitado.A sul foram propostos alguns galpões – previstos para aluguel ou venda – com usos compatíveis com o novo bairro (pequeno porte, baixa incomodidade e não poluente), dialogando com a área industrial adjacente. Sugere-se o incentivo à implantação de usos industriais intensivos de conhecimento e de inovação tecnológica, associados a programas de capacitação digital, de modo a colaborar para a ascensão social dos trabalhadores locais.A leste, uma grande faixa de vegetação filtra os ventos predominantes do inverno, mais secos, além de atrair e oferecer refúgio à fauna local, promovendo biodiversidade e saúde ao espaço agrícola adjacente.

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As fachadas dos blocos habitacionais configuram 06 tipologias com os mesmos materiais. Tipologias voltadas para ruas contam com uma varanda apenas na sala. As tipologias voltadas para o interior do lote dispõe de varandas em toda a extensão da unidade. As cores também variam de acordo com seu desenvolvimento em cada edifício formando uma relação cromática complementar entre si, tornando o bairro mais único em cada ponto.

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apartamento tipo 1

apartamento tipo 2

apartamento tipo 3

a praça central

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relação com o entorno existente

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relação com o entorno existente

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habitação + comércio + fachada ativa + serviços

institucionais + industriais

sistemas de áreas verdes agrícolas + espaços públicos

OS FLUXOS: A unidade entre a cidade, o bairro e a praça é promovida pelos fluxos de pessoas e mercadorias que se dão nos grandes largos de acesso, que se configuram como portais para amplos boulevares, cercados por diferentes tipos de uso e atividades. Somam-se a estas dinâmicas os interiores das quadras, concebidos por meio de uma rica diversidade de espaços, programas e possibilidades de apropriação, sempre tratados por meio de graduações entre atividades públicas e as áreas habitacionais.

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Equipe

Martina Croso Mazzuco, Fernando O'Leary, Pedro Domingues, Pedro Faria, Daniel Corsi, André Sauaia, Rafael Costa


Cliente

Codhab DF


Premiação: Primeiro Colocado

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